Um dos pré-requisitos essenciais para o processo da alfabetização é justamente a consciência fonológica, no entanto, você saberia dizer exatamente qual o significado dela? Essa consciência se desenvolve sozinha ou há alguma maneira de estimulá-la?
Crianças que têm a consciência fonológica bem desenvolvida podem ter maior facilidade na aprendizagem da leitura e escrita, sendo que essa consciência pode ser treinada através de brincadeiras e jogos compatíveis com a idade e o desenvolvimento neurobiológico da criança. Sendo assim, a estimulação precoce da consciência fonológica, pode ser estimulada através do jogo ECOVERNA, um dos recursos de intervenção da Plataforma Educacional Neurons. A versão 1 do jogo traz a discriminação do fonema inicial das palavras, onde a criança escuta uma palavra e precisa clicar na imagem correspondente antes que bomba exploda. Caso ela erre, aparecem vários raios e ela precisa reiniciar o jogo. E é neste contexto de ludicidade que são trabalhados os conceitos essenciais relacionados a consciência fonológica.
Desde os primeiros meses de vida os bebês vão ativando seus mecanismos atencionais voltados aos sons da fala produzidos por aqueles que estão a sua volta, no entanto ele não tem a capacidade de fazer reflexões sobre as palavras ouvidas, portanto tudo isso são processos não conscientes, ou seja, um bebê não apresenta capacidade para entender que bola rima com cola, que as letras iniciais destas palavras se diferem, habilidades estas que uma criança antes de entrar no ensino fundamental já deve ter construído, pois no momento em que a criança começa a tomar consciência dos diferentes “arranjos” estruturais que compõem uma palavra, pode-se dizer que ela adquiriu a consciência fonológica (ADAMS, 2006).
A consciência fonológica é a habilidade de reconhecer e manipular os sons que compõem a fala, ou seja, entender que a palavra falada se constitui de partes que podem ser segmentadas e manipuladas (LAMPRECHT, 2009). Ao ouvir as palavras “bola” e “cola”, o indivíduo poderá perceber (através da consciência fonológica) que as duas palavras rimam, que ambas são compostas de 2 sílabas, 4 fonemas (sons) cuja diferença entre elas reside no fonema inicial. Portanto, essa consciência é de extrema importância para a leitura e escrita das palavras, principalmente no processo de alfabetização. Ler e escrever requer a habilidade de transcodificar os sons da fala, pois o princípio alfabético é composto de relações entre fonema (som) e grafema (letra) que a criança, ao interagir com estas, deve ir aprendendo a analisá-las, diferenciá-las, aproximá-las, até chegar a compreensão que os sons associados às letras são os mesmos utilizados na fala (ADAMS, 2006).
Através destes entendimentos é fácil concluir que a aprendizagem da leitura e escrita não são atividades que se resumem apenas na memorização visual das palavras, mas sim, um processo que requer conhecimento das estruturas dos sons da fala (SEABRA, 2013). Por exemplo, uma criança ao interagir com a palavra: “SAPATO”, vai descobrindo que esta pode ser fragmentada em sílabas, que inicialmente podem ser identificados como “pedaços”: ‘SA’, ‘PA’, ‘TO’, ou fragmentada em letras s, a, p, a, t, o, em fonemas: /s/,/a/,/p/,/a/ /t/, /o/, que há outras palavras dentro desta palavra: SAPA, PATO, palavras estas que inicialmente são mais fáceis de serem identificadas, porém no momento em que a criança tiver a consciência de manipular os grafemas e fonemas, poderá formar outras palavras: SOPA, TAPA, PATA, TOPA, PASTO, PASTA, POSTA… Através do exemplo, pode-se perceber que a consciência fonológica é muito mais abrangente que a relação letra/som, ela engloba diferentes modalidades linguísticas, tais como consciência de sílaba, fonema, rima, aliteração.
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